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Calor tórrido não esmorece campanha de recolha de medula óssea em Beja
Carlos Dias
Os amigos de Teresa Brissos, a jovem bejense que desde Setembro mantém um braço-de-ferro com uma leucemia aguda, voltaram mais uma vez à carga: conseguiram que uma equipa com quatro técnicos dos Hospitais Civis de Lisboa para a recolha de medula óssea se deslocasse ontem à Escola Secundária Diogo de Gouveia.
E a cidade alentejana voltou a corresponder. A temperatura ambiente bateu ontem nos 40 graus centígrados, o que não é nada de novo numa região onde o calor, do puro, há muito colocou a capital baixo-alentejana no topo do ranking das terras mais quentes de Portugal e também nos gestos solidários nas campanhas de recolha de medula óssea.
Entre as 10h e as 18h, e num dia mais propício à fuga para fora da cidade que, nesta altura do ano, se apresenta quase deserta, as pessoas foram aparecendo vindas do concelho de Odemira, da Ribeira do Seissal, disse Hélder Joaquim, de pele bronzeada, à força, nas lides do campo. Enquanto esperava que o local da picada parasse de sangrar, foi explicando que a sua presença ali representava apenas um gesto ditado pela vontade de ajudar os outros. Mais os seus conterrâneos, o Arménio, a Dora e o Carlos Nunes, aproveitaram a viatura colocada à disposição pela Câmara de Odemira para percorrerem, sob um calor tórrido, mais de 200 km, para que um deles possa ser o afortunado dador que há-de salvar a vida de Teresa.
Também de Portel, Vidigueira, Castro Verde e Almodôvar e do Regimento de Infantaria 3 vieram mais dadores para se juntaram aos que de Beja se prontificavam para deixar o seu contributo, num domingo que não convidava às saídas para a rua. Mesmo assim, o número de dadores animou os jovens amigos de Teresa que recusaram a praia para ajudar no que fosse preciso.
A equipa de técnicos teve alguma dificuldade em aguentar o calor mesmo no interior do edifício escolar. Tudo servia de abanico: revistas, esferovite e em último recurso o movimento das próprias mãos. Com os amigos de Teresa estavam seis professores. "Não temos muito que fazer", disse um deles. "[Mas] com a nossa presença queremos assumir o nosso gesto solidário." Alexandre Flausino e Neide, um jovem casal de brasileiros, também ali foram para ajudar "quem precisa". Quando a campanha terminou, cerca de uma centena de pessoas tinham deixado algumas gotas de solidariedade.